21 janeiro, 2007

O gato amarelo malhado


Ainda não tive muito tempo para pensar nesta andança de fazer nascer bonecos de pano no sofá lá de casa. A verdade é que tudo começou com um gato amarelo malhado que eu fiz para um menino com nome de deusa romana, filho de amigos muito especiais. Acho que o impulso foi o mesmo que, egoisticamente (ou não), levou os homens a projectar grandes feitos: deixar um pouco de mim para os vindouros. Imaginar que, daqui a uns 50 anos, o gato amarelo malhado o vai fazer lembrar da tia ana, deu-me vontade de dar um daqueles grandes suspiros nostálgicos. Daqueles que nos aquecem a barriga...
Mas era para ser só um gato amarelo malhado para um menino com nome de deusa romana. Era mesmo! Depois acho que fui arranjando desculpas para voltar a pegar na agulha e nas linhas, e dei por mim enfiada em cestos de retalhos de tecidos a escolher aquele que ia ficar mesmo bem no boneco que eu tinha imaginado na noite anterior. Pronto! – concordei – já chega! Até porque, lá em casa, o espaço começou a mingar à medida que eles iam nascendo.
Mas como não me consigo libertar do prazer que me dá criá-los e moldá-los e enfeitá-los, resolvi partilhá-los...

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